No dia 14 de março de 2020, o Hemocentro de Ribeirão Preto esteve em Matão, para realizar o cadastramento para doadores de medula óssea.
O evento ocorreu no subsolo da Igreja Matriz de Matão, das 8h00 às 12h00.
O resultado foi considerado positivo, com 55 novos cadastros.
Num cenário desfavorável de pandemia, e ainda com a recente divulgação do primeiro caso suspeito de coronavírus na cidade em 12 de março, havia a preocupação de que não aparecessem novos candidatos. O Hemocentro RP foi consultado sobre a eventual desistência do serviço na data prevista. Por se tratar de um procedimento rápido, a equipe móvel manteve a programação.
Contrariando as expectativas negativas, desde às 8h00 começaram a chegar pessoas interessadas em se cadastrar. Os cadastramentos ocorreram normalmente, sem filas e sem demora. Muitos compareceram somente para atualizar dados cadastrais no REDOME, que é o banco de dados virtual onde ficam armazenadas as informações dos possíveis doadores.
O HSAÚDE como de costume participou desde a divulgação até a organização do evento; A Paróquia Senhor Bom Jesus de Matão cedeu o local; A Associação Tiago Rocha organizou todos os detalhes incluindo um café da manhã especial; A empresa Frutti Life disponibilizou suco à vontade; o Lions Clube de Matão ofereceu o almoço para a equipe do Hemocentro RP, e ainda o IMMES marcou presença, com o valioso apoio do Professor Eduardo Matuiski.
Foram mais 55 novas chances de vida que os matonenses, sempre generosos, colocaram à disposição de pessoas com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas).
O cadastramento de medula óssea é um procedimento mais simples, se comparado à doação de sangue, que exige várias etapas para realização. Para se cadastrar, basta o voluntário preencher um formulário e doar uma amostra de 10ml de sangue. O procedimento é rápido e seguro. Não precisa estar em jejum.
Qualquer pessoa saudável e com idade entre 18 e 54 anos pode se candidatar à doação de medula óssea. Algumas doenças impedem a doação: portadores de AIDS/HIV, hepatite, doenças relacionadas ao câncer, doenças autoimunes, epilepsia.
O cadastramento é apenas parte do processo que pode salvar uma vida. A partir do cadastramento, a amostra de sangue coletada passa por um teste de tipagem, que permite verificar a compatibilidade do doador junto ao eventual receptor. Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados no REDOME (http://redome.inca.gov.br/) que é gerenciado pelo INCA – Instituto Nacional do Câncer. O REDOME está conectado a um banco de dados mundial com mais de 30 milhões de doadores cadastrados, que permite atender pessoas de vários países cadastrados.
Sempre que surge um novo paciente necessitando de medula óssea, a compatibilidade será verificada nesse cadastro mundial. Uma vez confirmada a compatibilidade, o doador será consultado para decidir quanto à doação. É importante lembrar que a probabilidade de uma pessoa ser compatível é de 1 para cada 100 mil pessoas. Daí a necessidade de haver uma quantidade maior de candidatos à doação.
Quando um candidato compatível com o paciente é identificado, este é chamado para novos exames. Se esses exames forem aprovados, a doação é programada.
A coleta de células para o transplante pode ser feita de duas formas:
1) Por intermédio de punções que alcançam os ossos da bacia e aspiram parte da medula do doador. Trata-se de um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e que requer internação de no mínimo 24 horas.
2) Pelo método chamado aférese, em que o doador faz uso de uma medicação que faz aumentar o número de células-tronco circulantes no sangue do doador. Essas células-tronco são coletadas por meio de um aparelho que realiza a aférese. Este aparelho colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários. Nesse procedimento, não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.
A decisão sobre o tipo de doação é exclusivamente dos médicos. Ambos os métodos são seguros, e monitorados por profissionais capacitados. Todas as despesas decorrentes do processo de doação – viagens, estadias, hospital – são suportadas pelo REDOME.
A decisão de se tornar doador deve ser muito bem pensada, afinal, aquele que está necessitando de medula óssea pode estar bastante debilitado com a espera. A desistência da doação pode tirar a esperança de vida daquele que necessita, e dos respectivos familiares.
Medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo nosso organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.
Doar a medula óssea é doar vida. Não perca a oportunidade de fazer a diferença da vida de alguém!
Quem se interessar em se cadastrar como doador de medula óssea deve permanecer atento às novas visitas do Hemocentro RP a Matão, ou se preferir, comparecer na Sede do Hemocentro de Ribeirão Preto: Rua Tenente Catão Roxo, nº 2501 – Bairro Monte Alegre (Entrada pela rua Prof. Hélio Lourenço)
Telefones: (16) 2101-9352 ou 0800-979-6049.
Funcionamento: de segunda a sexta-feira das 7h às 13h. Aos sábados, domingos e feriados das 7h às 12h30. Mais informações pelo site http://www.hemocentro.fmrp.usp.br
(fonte: REDOME – Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea)